Telmo Verdelho - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
Telmo Verdelho
Telmo Verdelho
4K

Doutorado pela Universidade de Aveiro e professor catedrático na área da linguística nesta mesma instituição. São da sua autoria as seguintes publicações: As Palavras e as Ideias na Revolução Liberal de 1820 (1981), As origens da gramaticografia e da lexicografia latino-portuguesas (1995), entre outras.

 
Textos publicados pelo autor
Um discurso ignorante e retrógrado
Sobre a petição "Cidadãos contra o Acordo Ortográfico"

O «movimento de cidadãos contra o Acordo Ortográfico» – escrevem os autores nestas suas considerações, enquanto membros efetivos da Academia das Ciências de Lisboa, sobre a petição entregue na Assembleia da República no dia 8 de março de 2017, reclamando a sua desvinculação de Portugal – «é um tropismo de adesão emocional, uma animação chique, intelectualoide, classista e reacionária. Os poetas e os intelectuais não têm problemas de escrita. No que à ortografia diz respeito são inimputáveis, mas dir-se-ia que alguns se julgam donos da língua. Têm saudades do tempo em que a qualidade da língua era aferida pelo número dos erros de ortografia.»

O atentado contra o Acordo Ortográfico<br> na Academia das Ciências de Lisboa

Membros da Academia das Ciências de Lisboa – e os únicos linguistas de formação da respetiva Classe de Letras –, os autores criticam neste artigo publicado no semanário Expresso do dia 11 p.p a proposta constante no documento "Sugestões para o aperfeiçoamento do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa", que – além de «vã» e inoportuna» – consideram sem «o rigor científico indispensável a um empreendimento académico desta natureza». E perguntam: «Então, andaram os nossos grandes mestres da Filologia e da Linguística, portugueses e brasileiros, a labutar pela defesa da unidade essencial da língua e agora atraiçoamos esse património?»

A lexicografia começou a estruturar-se como disciplina linguística desde a primeira metade do século XVI, em vários centros humanísticos europeus. Foi inicialmente motivada pelas solicitações do ensino do latim como língua não materna, e encontrou na técnica tipográfica uma condição determinante para a sua configuração e difusão.

Lexicografia bilingue
A Tradição Dicionarística Português-Línguas Modernas
Por Telmo Verdelho e João P. Silvestre (eds.)

Organizado por Telmo Verdelho, professor da Universidade de Aveiro, e João Paulo Silvestre, investigador no Centro de Linguística da Universidade de Lisboa, este livro reúne doze estudos dedicados à história e contemporaneidade da lexicografia bilingue português-línguas modernas. Uma primeira parte é dedicada à tradição lexicográfica, onde se salienta a importância da dicionarística bilingue português- espanhol e português-italiano. A segunda parte apresenta investigação feita sobre os dicionários de hoje, focando os que associam o português a línguas como o francês, o inglês, o alemão, o neerlandês e o chinês. O volume inclui ainda uma cronologia dos dicionários bilingues, abrangendo os respeitantes não só às línguas mencionadas, mas também ao japonês. Na bibliografia, as referências aos dicionários bilingues constituem uma secção própria. Sobre o enquadramento institucional e científico da obra, são elucidativas as palavras finais da Apresentação (págs. 8/9): «Esta publicação dá sequência ao trabalho de pesquisa e inventariação da dicionarística portuguesa iniciado em 2003, no Centro de Línguas e Cultura da Universidade de Aveiro, e que prossegue em colaboração com o Centro de Linguística da Universidade de Lisboa. […] Publicam-se […] novos elementos de informação básica para o reconhecimento do espírito dicionarístico português. Acrescenta-se um contributo mais para a incorporação de uma ampla base de dados que, além do testemunho dos dicionários antigos, deve abranger o restante património da escrita literária e não literária, até ao início do século XIX. O grande e motivador desígnio destes trabalhos é a elaboração de um Tesouro da Língua Portuguesa Clássica.»